programa
Será apresentado o “fenômeno da impessoalidade de origem traumática”, ou seja, uma forma de suspensão da realidade psíquica e corporal que se manifesta quando ocorrem efrações precoces. Essa suspensão impede parcialmente que o sujeito constitua uma narrativa de sua própria história.
A impessoalidade se expressa com frequência através de uma dúvida sobre o fato de estar morto ou vivo, mas também através da necessidade de criar um corpo petrificado, uma estátua corporal que não deve mais ser rachada pela efração. Entre outras soluções sintomáticas, abordaremos adições, inclusive toxicomanias que criam formas paradoxais de autopreservação. Mas existem também outras formas de viver na impessoalidade, especialmente através da dispersão do pensamento.
No entanto, a prática clínica nos mostra que esses sujeitos estão frequentemente em busca da recomposição de um eu-corpo graças ao investimento em um vínculo confiável. E em muitas análises, tudo se passa como se cada sessão tivesse o poder de produzir uma nova fabricação de corpos e vínculos. Sair da impessoalidade implica o surgimento de processos criativos no tratamento, levando, às vezes, a verdadeiras criações de tipo artístico entre as sessões.

horário | 10h às 12h

dirigido
a psicólogos, psiquiatras, psicanalistas, estudantes e profissionais da área da saúde